Septembre 1985, Alcafache, date et lieu de l'accident ferroviaire le plus grave du Portugal. Certaines des victimes mortelles, ont été prises au piège dans les wagons en feu, elles n'ont jamais été identifiées. Le lendemain, la mère de Marta reçoit un appel téléphonique inattendu informant que le sac à dos de sa fille - étudiante aux Beaux Arts - a été retrouvé. A partir des dessins de Marta, le narrateur de ce roman essaye de recréer les instants qui ont précédés l'accident. Il dépeint ainsi des personnages inoubliables parmi lesquels des prostituées, des boxeurs, la police et des meurtriers, mais aussi des anges de procession, des docteurs et les dames de bonnes œuvres...
Em Setembro de 1985 dá-se um choque frontal de comboios em Alcafache. Algumas das vítimas mortais, presas nas carruagens a arder, nunca chegam a ser identificadas. No dia seguinte, a mãe de Marta recebe um inesperado telefonema informando que a mochila da filha - estudante de Belas-Artes - apareceu entre os destroços.
Partindo dos cadernos de desenho de Marta - uma espécie de diários visuais que espelham um quotidiano tão depressa sórdido como maravilhoso -, o narrador deste romance tenta recriar os passos da irmã nos tempos que antecederam o acidente. E, enquanto o faz, dá-nos a conhecer um leque de figuras absolutamente inesquecíveis, entre as quais se contam prostitutas, boxeurs, polícias e assassinos, mas também anjinhos de procissão, médicos e senhoras da caridade. E, claro, ele próprio - o mais ausente dos cadernos de Marta.